segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Escola pioneira com laptops não tem infraestrutura para usá-los

Direção do colégio em Brasília lamenta falta de armários e rotatividade de docentes, que impedem funcionamento pleno do programa
Priscilla Borges, iG Brasília 17/02/2012 18:09
O Centro de Ensino Fundamental 1 do Planalto, em Brasília, é uma das escolas pioneiras no Brasil do programa Um Computador por Aluno (UCA), criado pelo Ministério da Educação em 2007. Mesmo após cinco anos de atividades, a direção ainda encontra dificuldades para colocar em pleno funcionamento os 700 laptops que recebeu do governo.

Alexandre Fachetti Vaillant Moulin, diretor da escola, é um entusiasta do projeto. “Temos que melhorar o programa e não destruí-lo”, afirma. Ele reconhece, no entanto, que os desafios para colocar as atividades do programa em prática são grandes. Os problemas de infraestrutura do colégio e a rotatividade de professores são dois entraves, segundo ele.
Moulin conta que a escola recebeu 40 computadores para iniciar uma fase piloto em 2007. Naquela época, pouco foi feito pela Secretaria de Educação do Distrito Federal para ajudar a direção a concretizar o projeto na escola. Quem colocou a internet para funcionar foram pesquisadores. Eles deram à escola um aparelho que disponibiliza internet pela rede elétrica.
Com o primeiro problema resolvido, ainda faltava capacitar professores e, em seguida, montar uma estrutura capaz de armazenar e transportar os 700 laptops que chegaram à escola depois, em 2008. “Não conseguimos chegar à fase de maturação que o projeto exige para deixarmos que eles levem os computadores para casa”, diz o diretor.
A escola também não tem armários para guardar os equipamentos nas salas, nem para transportá-los até elas. Com isso, eles ficam guardados em caixas, no laboratório de informática. Cada vez que um professor decide usá-los, transporta as caixas com a quantidade necessária em um carrinho de compras de supermercado.
A bateria dos pequenos computadores – que têm capacidade para acessar internet e vêm com jogos educativos para trabalhar matemática, português, ciências – dura entre uma hora e meia e duas horas. Portanto, a rede elétrica precisaria aguentar várias máquinas ligadas ao mesmo tempo. Além disso, todas as salas teriam de oferecer tomadas para eles.
O colégio está localizado a 4 quilômetros do Palácio do Planalto, na vila de mesmo nome, que abrigou os trabalhadores da construção da capital. Atende 680 alunos, do 2º período da pré-escola até a 8ª série do ensino fundamental. Foi construída com paredes pré-moldadas, tem teto de cimento e as crianças sofrem com o calor nas salas de aula, que aguardam reforma há anos.
O problema da tomada só foi resolvido em 2010. Agora, todas as salas têm tomadas e, por elas, todos os laptops podem ser conectados à internet de uma só vez. No entanto, a utilização está aquém do que a direção do CEF 1 do Planalto gostaria. As turmas só utilizam os computadores uma ou duas vezes por semana.
Vencendo barreiras pedagógicas
Francisco Hugo Vieira de Freitas, professor do 1º ano do ensino fundamental, é um dos poucos docentes que nunca teve “medo” da tecnologia que chegou à sala de aula. Ao contrário, com apoio da direção, montou um mini-laboratório de informática dentro da sala de aula, com cinco computadores. Neles, prepara atividades para os alunos.
Além disso, Freitas gosta de utilizar os laptops com as crianças. A facilidade que elas têm para descobrir como manusear os equipamentos anima o professor, mas espanta outros. “A resistência diminuiu um pouco agora, mas tem muita gente que não sabia como ligar um laptop e se esquecia que essas crianças são do século 21”, ressalta.
Para formar os professores e ajudá-los a criar atividades com os computadores, Moulin acredita que a escola deveria ter um coordenador. Além disso, a rotatividade dos docentes precisaria diminuir. No ano passado, 50 educadores fizeram capacitação na Universidade de Brasília (UnB), mas 30% já saíram de lá. “Isso nos prejudica muito”, diz.
Mesmo assim, o diretor acredita que o projeto de distribuir tablets aos professores e estudantes das escolas públicas  será positivo. Mas para isso, ele acredita que a oferta do equipamento tem de acompanhar investimentos na infraestrutura das escolas. “É uma ferramenta pedagógica a mais, que deve ser estimulada”, defende.

Estudante de 21 anos é o primeiro com Síndrome de Down a passar no vestibular da Universidade Federal de Goiás
Clipping - 24/02/12
Kallil Assis Tavares, 21, é o primeiro estudante com Síndrome de Down a ingressar na UFG (Universidade Federal de Goiás). Ele foi aprovado para o curso de geografia, no campus de Jataí, cidade a 325 quilômetros de Goiânia. O curso tinha concorrência de 1,2 candidatos por vagas.
A escolha do curso e a decisão de prestar o vestibular partiram de Tavares, que foi aprovado em seu primeiro processo seletivo. A mãe do estudante, Eunice Tavares, conta que o filho não teve avaliação diferenciada e concorreu “de igual para igual” com os demais candidatos.
Por ter uma baixa visão, ele teve uma prova com letras maiores e uma pessoa que leu as questões. Ela conta que, desde a adolescência, o filho despertou um interesse maior pelos mapas.
O jovem iniciará a vida acadêmica na segunda-feira, 27. Em entrevista ao UOL, Eunice diz que a família está tranquila em relação à nova etapa da vida de Tavares. Segundo ela, não há nada “especial” planejado para os primeiros dias de aula.
Eunice conta que a vida escolar do filho, que frequentava uma escola de ensino regular, foi tranquila: “Ele sempre se preocupou com seus deveres. É algo novo, mas vamos esperar os acontecimentos. E quando forem aparecendo as questões, as soluções virão aos poucos”.
(UOL )

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