O 3,14159265 Assessoria Pedagógica tem o objetivo de discutir o Ensino de Matemática na Educação Básica, especialmente as séries inicias do Ensino Fundamental com intuito de promover momentos de aprendizagem àqueles que cumprem o papel de formador - o professor. Logo, este blog visa ampliar a visão de um ensino contemporâneo e significativo tanto para o aluno como para o professor. Além de discutir e publicar notícias relacionadas com a Educação.
Comunicado Conjunto CGEB / CGRH de 27/02/2014 / ATPC X Acúmulo
Comunicado Conjunto CGEB / CGRH de 27/02/2014
Aos Dirigentes Regionais de Ensino, Supervisores de Ensino e Diretores de Escolas Estaduais
As Coordenadoras das Coordenadorias de Gestão da Educação Básica e de Gestão de Recursos Humanos, com o objetivo de proceder aos ajustes necessários relativos às instruções que orientam as unidades escolares no planejamento e desenvolvimento das ATPC’s e, na observância dos princípios norteadores que fundamentam as diretrizes do processo anual de atribuição de classes e aulas, Comunicam que, em caráter de absoluta excepcionalidade, e no intuito exclusivo de compatibilizar as exigências decorrentes de horários entre início e término de aulas de professores que exercem situações de acumulação conforme disposto no artigo 26 da Resolução SE 75/2013, as duas ou três ATPC’s poderão ser distribuídas na seguinte conformidade:
1 - Independentemente do número de ATPC’s a ser cumprido pelo docente, 1 (uma) aula, no mínimo, deverá ser cumprida de forma coletiva, podendo as demais reuniões serem distribuídas em até dois dias semanais e ser organizadas, ouvida a coordenação pedagógica, por segmento/área de conhecimentos ou disciplina.
2 - Quando, excepcionalmente, as ATPC’s tiverem que ser cumpridas pelo docente individualmente, elas assumirão o caráter de formação em serviço e se desenvolverão como sessão de estudos e como espaço de atendimento a pais e alunos.
3 - A distribuição das reuniões em até dois dias semanais, por área de conhecimento/ segmento/disciplina ou de forma individual deverá ocorrer, ouvida a coordenação pedagógica, a critério do Diretor de Escola, devidamente homologado pelo Supervisor de Ensino.
Pesquisadores defendem diferentes iniciativas, que contemplem parcerias com empresas e sociedade
Especialistas
que acompanham as iniciativas já tomadas para acabar com o
analfabetismo reconhecem os avanços já obtidos nos últimos anos –
especialmente com a universalização do ensino básico – para garantir que
os brasileiros saibam ler e escrever. No entanto, ressaltam que as
ações precisam ir além da escola.
O primeiro passo, unânime entre
quem estuda o tema, é garantir que não haja mais “novos analfabetos”.
“Não há como resolver o problema do analfabetismo se não alfabetizarmos
as crianças na idade correta”, ressalta Rui Aguiar, gestor de programas
do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Ele lembra
que, uma criança que não aprende a ler e a escrever quando deveria,
começará a enfrentar dificuldades para acompanhar os conteúdos e acabará
desistindo da escola. Esses desistentes entrarão para as estatísticas
negativas da reprovação e do abandono escolar. Algumas farão parte dos
números dos analfabetos.
Ana Lúcia Lima, diretora do Instituto
Paulo Montenegro, acredita também que empresas e a sociedade em geral
precisam participar desse processo. “A política educacional é o
principal fator para acelerar (o fim do analfabetismo), mas outros
espaços podem estimular essa mudança: os sindicatos, as empresas, as
igrejas. Não deve ser só a escola”, afirma.
Ela conta que o
instituto, que criou um indicador para medir o analfabetismo funcional
há 12 anos, está à frente de discussões com o setor empresarial para
criar projetos nesse sentido. Para Ana, o analfabetismo deve ser
trabalhado em outros “cenários” de formação. “O mundo empresarial
reclama da falta de qualificação dos profissionais. Esse é um momento
oportuno para aproveitarmos essa demanda e criarmos novos espaços de
formação”, avalia.
A Secretaria de Educação do Maranhão, estado
com um dos piores índices de analfabetismo do País, aposta em parcerias
para levar ensino aos analfabetos espalhados por 162 municípios. Além de
aderir ao Programa Brasil Alfabetizado, do governo federal, que concede
material didático e bolsas para alfabetizadores, estabeleceu acordo com
o Movimento de Educação de Base (MEB) ligado à Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB).
Em 2013, 76.242 pessoas participaram dos
cursos de alfabetização feitos em parceria com o MEB. Este ano, outros
57 municípios com os maiores índices de analfabetismo e os menores de
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado participam dessas
ações, que contemplam 39.344 alunos. Em outros 91 cidades, há 36.898
alunos no Brasil Alfabetizado.
De acordo com a Secretaria de
Educação, há outras iniciativas com entidades civis, como a Federação
das Colônias de Pescadores do Estado do Maranhão (Fecompema),
sindicatos, associações, cooperativas e colônias de pescadores.
Atualmente, 4,6 mil pescadores e marisqueiros de 48 municípios estão
sendo alfabetizados com materiais e metodologias específicas. Mais perto dos filhosUnir
as propostas de alfabetização das crianças e suas famílias é outra
aposta que tem obtido sucesso. No Piauí, o projeto Palavra de Criança,
coordenado pelo Unicef, aos poucos, está atraindo os pais das crianças
para o ensino formal. Voltado para garantir a aprendizagem das crianças
nos primeiros anos da alfabetização, o projeto é desenvolvido em 170 dos
224 municípios do estado.
A partir de estudos sobre o tema
analfabetismo, feitos em 2004, um grupo de pesquisadores do Unicef
identificou que a alfabetização de crianças não estava nas prioridades
na gestão dos municípios e nem nos currículos dos cursos de formação dos
futuros pedagogos. “A alfabetização, quase sempre, era uma disciplina
optativa. Isso significava que a formação desses professores para uma
fase tão importante era muito ruim”, afirma Rui Aguiar.
Outras
dificuldades identificadas por eles para que esse período fosse um
sucesso nas escolas era a falta de um coordenador pedagógico que
ajudasse os professores a preparar o plano de trabalho e de materiais
pedagógicos adequados.
A partir daí, o projeto exigiu mudanças dos
municípios: garantia do tempo correto de aulas (200 dias letivos e 800
horas de aulas anuais); articulação do ensino fundamental com a educação
infantil e formação de coordenadores pedagógicos. “Nosso foco é não
produzir analfabetos na escola. Os professores têm de ser bons e ter
bons suportes de coordenadores”, conta. A família é outro ponto central
do projeto.
Exigir a participação da família na vida escolar dos
filhos evidenciou o que já se sabia: muitos pais não conseguiam
acompanhar a rotina escolar das crianças porque não haviam estudado. As
escolas começaram, então, a criar projetos para trazer esses pais de
volta ao ensino formal. Das palestras e rodas de conversa, surgiam a
oferta de educação formal.
“A família analfabeta tem mais
dificuldades de garantir os direitos dos filhos. Não só de educação, mas
também de saúde, por exemplo. Uma mãe que não sabe ler não conseguirá
acompanhar o cartão de vacinação do filho, algo muito simples e
fundamental para a saúde da criança”, ressalta Maria de Salete Silva,
coordenadora do programa de educação do Unicef.
Segundo
Raimundinha Melo, presidente do Conselho Municipal de Educação de
Castelo do Piauí, um dos municípios que participa do projeto, o “Família
trabalhando Junto” é a segunda etapa do projeto da alfabetização das
crianças. A aproximação tem dado certo tanto para os jovens alunos
quanto para os pais.
Apesar do número alto de analfabetismo na
cidade, cerca de 28%, a redução foi de 10 pontos percentuais desde 2010,
quando o Palavra de Criança chegou à cidade.“Em 2012, mais de 87% das
crianças dos anos iniciais do fundamental já liam e escreviam com
fluência. Antes do projeto, cada criança registrava, em média, 9 faltas
por ano. Um índice muito alto. Agora, caiu para 1,9 por criança
anualmente. Isso mostra a relação de compromisso com a educação da
família”, comenta Raimundinha.