segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Redação do Saresp é corrigida com uso de computador

O sistema acelerou e aperfeiçoou a correção; cerca de 183 mil textos foram analisados e lidos pelo menos duas vezes

21 de janeiro de 2013 | 2h 05

CARLOS LORDELO - O Estado de S.Paulo
Pela primeira vez, as provas de redação do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) foram corrigidas com uso de computadores. Os textos foram escaneados e distribuídos às bancas por um software. A correção levou cinco dias e terminou na última quinta-feira. Os resultados devem ser anunciados em março.
Na tela do computador apareciam a cópia digital da redação e os campos para as notas de cada critério. Os alunos do 5.º, 7.º e 9.º anos do ensino fundamental são avaliados quanto à obediência ao tema e ao gênero propostos, em relação a coesão e coerência textuais e ao domínio da norma culta. Já os do 3.º ano do ensino médio devem ainda elaborar proposta de intervenção para resolver o problema abordado.
Só 10% dos estudantes da rede estadual precisam fazer a redação. Com a amostra, a Secretaria de Educação traça um diagnóstico do sistema e classifica a proficiência dos alunos de acordo com os níveis: abaixo do básico, básico, adequado e avançado.
Cerca de 183 mil textos foram analisados. Cada um foi lido pelo menos duas vezes e, em caso de discrepância nas notas, seguiu para terceira e até quarta avaliação. Assim, chegou a 407 mil o número de correções.
Apesar do sistema online, todas as 555 pessoas envolvidas no processo examinaram os textos juntos, em um local não informado por questões de segurança.
"Como era a primeira vez, resolvemos corrigir presencialmente, até para garantir uma homogeneização das notas", afirma Marcela Fossey, técnica em avaliação educacional da Fundação Vunesp, responsável pela aplicação do Saresp e pelo desenvolvimento do software. Ele poderá ser utilizado no vestibular da Universidade Estadual Paulista (Unesp), também organizado pela fundação.
Além de reduzir a quantidade de papel, o sistema permitiu aperfeiçoar o controle da qualidade da correção, diz Marcela. "Os coordenadores recebiam relatórios em tempo real sobre o desempenho dos examinadores. Com isso, podiam orientar rapidamente o pessoal."
Segundo a técnica, o programa mostrava os corretores que atribuíam as notas mais discrepantes. Outra maneira de afinar o processo era entregar redações de referência, pré-corrigidas pela coordenação, para saber se a banca estava em sintonia com as exigências da prova.

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