O 3,14159265 Assessoria Pedagógica tem o objetivo de discutir o Ensino de Matemática na Educação Básica, especialmente as séries inicias do Ensino Fundamental com intuito de promover momentos de aprendizagem àqueles que cumprem o papel de formador - o professor. Logo, este blog visa ampliar a visão de um ensino contemporâneo e significativo tanto para o aluno como para o professor. Além de discutir e publicar notícias relacionadas com a Educação.
Atualmente, discutir temas étnico-racial nas escolas é muito frequente, até porque a mídia e outros meios de comunicação enfatizam tal assunto. Também, sem sombra de dúvidas ensinar aos alunos o que é racismo, escravidão, preconceito e outros tópicos deste tema tão amplo é garantir não só a nós, mas aos que virão que isso não se pode mais acontecer.
Agora, querer vetar uma obra de um renomado escritor brasileiro que utiliza a linguagem de sua época porque não se pode mais dizer, em sala de aula, ou onde quer que seja, expressões racistas é uma atrocidade a literatura brasileira.
Existem tantas questões que devem ser discutidas e executadas ao invés de discutir a expressão que Lobato utilizou em seus livros. Devemos nos ater na denúncia que provavelmente, Lobato tenha nós mostrado: do uso de expressões desumanas e insensatas para com os outros de nossa espécie- a humana.
Me pergunto quais serão os próximos livros e autores que serão censurados, quais terão seus livros retirados do catálogo do MEC e não poderão ser lidos por nossas crianças. Também me pergunto se esses autores que estam discriminando a obra de Lobato não as leram quando crianças e, só agora a luz do século XXI que tiveram a imensa capacidade de questioná-la?
Vamos lutar e vetar, sim, o descasso dos governantes, a falta de moradia, a falta de saneamento básico em determinadas regiões brasileiras, o descaso com a escola pública, a falta de humanidade, o trabalho infantil, o trabalho escravo que ainda persiste de um modo mascarado e outros assuntos de interesse sócio-cultural e histórico que tem sido deixado de lado pela sociedade.
Os autores que estam condenado Lobato deveriam trabalhar em uma sequência didática que explorasse essas expressões racistas com o tempo histórico em que foram escritas fazendo um paralelo com a nossa realidade atual para compor, de forma obrigatória, o livro.
Devemos pensar em questões raciais mais profundas e necessárias. Assim, realmente, não dá!
Encontro de conciliação entre governo e autores contrários ao livro Caçadas de Pedrinho não chegam a acordo
Priscilla Borges- iG Brasília |
O uso das obras de Monteiro Lobato nas escolas
brasileiras vai mesmo ser definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta terça-feira, um encontro foi realizado no Ministério da Educação com autores da ação contra o livro Caçadas de Pedrinho
, mas não houve acordo entre as partes. Os críticos ao livro consideram o
texto racista e chegaram a pedir a proibição do uso nas escolas. Embora
tenham desistido da medida radical, fazem exigências que não são
atendidas pelo governo.
Clássico Caçadas de Pedrinho é o centro de polêmica sobre racismo
No encontro desta terça, eles reiteraram que não abrem
mão que Caçadas de Pedrinho – e todas as obras que tenham algum conteúdo
racista – ganhem uma nota explicativa, elaborada por especialistas do MEC
, que possam dar suporte aos educadores em sala de aula. Mas só essa
medida, até já admitida pelo governo como uma possibilidade razoável, é
insuficiente na avaliação dos críticos. Eles querem também garantias de
que a educação sobre relações étnico-raciais sejam incluídas; como
disciplinas que correspondam a, pelo menos, 15% dos currículos; na
formação inicial dos profissionais de educação
(seja em cursos técnicos, de graduação, pós, especialização ou de extensão).
O MEC defende que a divulgação do parecer elaborado pelo
Conselho Nacional de Educação (CNE) sobre a obra e a formação já
realizada com os professores nas escolas contemplam esses pedidos. Na
tentativa de conciliação, representantes do ministério apresentaram
todas as medidas já adotadas para promover a educação étnico-racial nas
escolas. Mas não foi suficiente.
Agora, a questão terá que ser julgada pelo Supremo. O
advogado Humberto Adami, do Instituto de Advocacial Racial e Ambiental
(Iara), um dos representantes da ação contrária ao livro, afirmou que o
grupo não concorda com o posicionamento do MEC e não vai recuar de suas
exigências. “Se não conseguirmos um resultado satisfatório no STF, vamos
a cortes internacionais”, afirmou. Negrinha
Nesta terça-feira, o mesmo grupo apresentou mais um
questionamento referente a outra obra de Monteiro Lobato. Antonio Gomes
da Costa Neto pediu à Controladoria Geral da União (CGU) que investigue a aquisição de do livro Negrinha
pelo Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), do Ministério da
Educação, em 2009. O programa distribui livros para bibliotecas
escolares de todo o País. De acordo com levantamento feito pelo próprio
Neto, 11.093 exemplares de Negrinha foram destinados a colégios de
ensino médio. Na opinião de Costa Neto, mais uma vez, a legislação
antirracista não foi respeitada quando as obras foram compradas e a
suspensão da distribuição dos livros "até que se promova a devida
formação inicial e continuada dos profissionais de educação". Início da polêmica
Em outubro de 2010, o uso do livro de Monteiro Lobato se
tornou o centro de uma polêmica sobre as obras literárias que poderiam
fazer parte do cotidiano das crianças brasileiras. O Conselho Nacional
de Educação (CNE) publicou um parecer recomendando que os professores
tivessem preparo para explicar aos alunos o contexto histórico em que
foi produzido, por considerarem que há trechos racistas na história. Livro:Após veto, obra do MEC ensina como lidar com obra de Lobato Opinião:Artigo: Quem paga a música escolhe a dança?
A primeira recomendação dos conselheiros (parecer nº
15/2010) era para não distribuir o livro nas escolas. Escritores,
professores e fãs saíram em defesa de Monteiro Lobato . Com a polêmica
acirrada em torno do tema, o ministro da Educação à época, Fernando
Haddad, não aprovou o parecer e o devolveu ao CNE , que então mudou o
documento, recomendando que uma nota explicativa – sobre o conteúdo
racista de trechos da obra – fizesse parte dos livros.